31.7.09



Vamos orientar a casa.

A promessa de qualquer coisa nova tinha ficado no ar. Decidi há uns minutos o destino a dar a esta casa, vai passar a ser uma galeria. Todas as fotos e rabiscos são da minha autoria e, no que aos modelos diz respeito, querem-se todos anónimos.

3.5.09

Pausa kitkat

Embora não tenha tirado férias, tenho sido pouco regular no que à minha presença por aqui diz respeito. Tenho dito, por outras paragens, que cada um se vai afinando como pode. Eu tenho-me dedicado ao cultivo do entusiasmo, talento que não é novidade para os que são habituées da casa, e tem-me sobrado pouco tempo para estes nortes. Não têm de me perdoar.

Recomendo vivamente o sítio da Gente Estranha, vou escrever mais por lá, sabe bem mudar de ares, de vez em quando. Quanto aqui ao Norte, vão espreitando, talvez se arranje alguma (boa) surpresa.

15.2.09

Fotografia.

É a minha eternidade de bolso.
Retenho, em pequenas subtilezas invisíveis a quem desconhece contextos, a essência de um momento. Um clique pára o tempo.






Hoje apeteceu-me fazer isso e, merda, não tinha a máquina.

5.2.09

Parapeito muito estreito iii)

Chego-me ao frio e fecho os olhos. Muitas vezes, face a uma infnidade de minudências visuais espectantes, preguiço um bocado e limito-me a escutar. Debruço-me sem preocupações, sei de cór as equações de equilíbrio, e entretenho-me a distinguir, separar e arrumar cada ruído.

Depois, ignorando a consciência (que me grita ao ouvido) invento, com eles, mil histórias cegas, mil vidas num carrossel que não se vê.

1.2.09

Inverno iv)

Gosto de demorar as coisas, roubar-lhes o futuro, parar o tempo e submete-las a um bocadinho de eternidade. Gosto de sair para o rua, nestes domingos sem cor, só para sentir a tarde abrandar.

17.1.09

Haja gente i)

Hoje somos 5, nenhum de nós é um cão. Neste preciso momento (já passou) estamos todos virados para lados diferentes, num equilíbrio que me acordou de repente da dormência de umas folhas de electricidade, numa obra prima momentânea.

11.1.09

Crónica sobre coisas confusas (e que desafiam certezas)

Estou confuso demais para escrever. Vou, por isso, limitar-me a desordenar palavras que por um ou outro motivo me têm vindo a assaltar de há umas horas para cá.
Desconfio da solidez de quase tudo, desconfio da solidez da casa onde moro, do passeio onde ando, do céu que me adorna a cabeça, do nó que fiz nas botas, do passo da vizinha e da trela do cãozito que ela passeia, desconfio da solidez da luz da minha secretária, das linhas que desenho pelas madrugadas sem sono, das minhas palavras de certeza e das palavras de certeza dos outros.
Desconfio também que a arte da vida reside no poder de desafiar palavras confusas com certezas fundadas em nada que não sejamos nós próprios. A decisão implícita na escolha nunca é feita de certezas cheias, é feita de convicções mais ou menos confusas que partem sobretudo daquilo que desejamos. Eu tenho a certeza que não quero confundir nada, mas também estou convicto de que, confusas ou não, há coisas que merecem ser certas, para crescerem sólidas, todos os dias.

10.1.09

Definição i)

O Tempo é uma multidão (de gente ou de qualquer outra coisa da mesma família) que nos arrasta para onde não queremos ir.

5.1.09

Crónica rápida sobre coisas que demoram (e valem a pena).

Se soubesses que estava a escrever, ralhavas-me.

Gosto de me demorar nos teus pormenores quando sei que não sabes que o estou a fazer, gosto de me debruçar sobre os teus sonhos sem pressa. Não me interpretes mal, adoro a vida nos teus olhos, o calor afável do teu sorriso, o teu andar desajeitadamente perfeito e o teu cheiro a aconchego quando te cruzas comigo numa das esquinas do corredor, mas não consigo resistir à tua paz quando dormes.
Mesmo quando não estou ausente do tempo, perdido entre cada contorno, entre cada perfeição, mesmo quando estou a fazer qualquer outra coisa, a minha inconsciência esforça-se por não perturbar a calma que enche o nosso quarto. Agora que reparo, estou a escrever com o cuidado de quem anda em bicos dos pés, numa qualquer manhã de natal de infância. Roubas-me sorrisos até enquanto dormes.

4.1.09


101, tão ricos! Até Sempre.

Parapeito muito estreito ii)

Do outro lado do vidro que me rouba os cheiros e me abafa os ouvidos, há sempre alguém que, de dentro da sua janela, escuta abafos duplicados do que eu respiro sem pressa, fora de horas. Quando estou sozinho, a minha inconsciência liga uma música qualquer,que bate na vidraça e volta quase toda para dentro, a tentar ocupar a tua falta, enquanto eu espeto o nariz no vidro, sem me lembrar que vou deixar marcas perpétuas, visíveis a contra-luz, muito por força da falta de jeito de quem limpa.
Um ou outro ponto de luz na altura dos prédios que se opõem ao meu parapeito, gritos abafados (e evidentes) de solidão ou de outro qualquer sentimento da família da ausência, entretêm-se no reflexo dos meus olhos pequenos de sono. Perco o fio à meada quando a minha consciência me grita que "a man's got to do what a man's got to do", concluo que a saudade é mesmo uma palavra cheia, e fecho a persiana.

1.1.09

Inverno iii)

Sorrisos genuínos, são como sacos de água quente para a alma, numa noite de Inverno.

13.12.08

Inverno ii)

Anda-se o dia todo de meias grossas e chinelo de enfiar, a aturar álgebras do diabo, sob a carga de uma consciência meio farta de ser pesada, para no fim perceber que tinham razão os que diziam, num qualquer inicio de tarde de Verão, dum banco de madeira enraizado junto à sombra de uma paragem de carreira da província, "tem lá cuidado com o mar, se fores levado, não nades contra a corrente que te afogas mais depressa".








E falta tanto para o Verão.

11.12.08

Inverno i)

Tenho que inventar um verbo novo, cheio, para a próxima vez que quiser falar da facilidade (e felicidade) de enganar o frio que vem embrulhado no vento de Inverno com cachecóis de cumplicidade e abraços demorados.

Nortes

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